O periódico de hoje traz a reflexão sobre os pesos que damos aos acontecimentos de nossa vida e a relação disso com nosso humor. 

É fato que pintamos a vida com cores muito individuais e cada um de nós carrega pesos muitas vezes desnecessários em nossa caminhada. Para ilustrar a ideia, usaremos uma breve estória:

Os monges e o rio

Relata-se, que em um monastério, viviam dois monges que eram muito amigos e sempre cumpriam seus afazeres em conjunto.

É fato que monges não podem se aproximar de mulheres, nem ao menos, nelas tocar.

Certo dia, ao atravessarem a floresta para comprar mantimentos na cidade, se depararam com uma mulher que estava com dificuldades para atravessar o rio que dava acesso ao vilarejo e que se encontrava agitadíssimo.

Um dos monges disse:

– Não podemos ajudá-la, fizemos voto de que não poderíamos tocar em mulher alguma.

O outro monge replicou:

– Também fizemos voto de ajudar a todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem haver distinção.

Então, este mesmo monge colocou a mulher em suas costas e atravessou o rio, deixando-a na outra margem.

Os dois monges seguiram caminho e durante a jornada houve uma grande pausa na conversação dos mesmos.

Logo, o silêncio foi interrompido pelo monge que era contra a ideia de carregar a jovem, que disse:

– Você não devia tê-la carregado, ela vai ser um peso para sua caminhada!

O outro monge, sabiamente respondeu:

– Eu deixei a mulher na outra margem do rio. No entanto, você é quem continua carregando a mulher na sua caminhada…

Muitas vezes, carregamos fardos que, na verdade, são pesados não por terem essa característica, mas pela forma como os vemos. 

É assim com um colega no nosso ambiente de trabalho, com um problema que precisamos resolver ou até mesmo com alguma qualidade no caráter de um filho que não conseguimos lidar. Todas essas situações tem seu “peso”, sua importância, mas muitas vezes supervalorizamos o efeito que podem causar em nosso humor, alterando nosso estado emocional. 

Portanto, lembre-se que você sempre poderá usar a reflexão consciente para “pesar” de modo diferente, talvez mais leve, o impacto que as situações da vida podem trazer a você e quem sabe, deixando-as simplesmente “na outra margem do rio”. 

Reflita: “Que pesos atrapalham desnecessariamente meu humor, meu estado emocional e meu equilíbrio?”. Converse a respeito do tema com seu(s) filho(s), esposo, namorada, analisando que situações, pessoas, fatos ou mesmo sentimentos poderiam ser deixados em seu lugar original, mas estão sendo carregados como pesos até esse momento presente. 

Essa reflexão poderá ajuda-lo a deixar os pesos nos lugares devidos e tornar sua vida e de sua família mais leve e mais bem humorada.

Um forte abraço,

Lilian Frossard